Segundo estatísticas, aproximadamente 50% da população brasileira é católica. Todavia, apenas 7% é praticante. Isto não se refere à nossa região, onde significativa parcela frequenta os Sacramentos. Mesmo assim, muitos não vão à Missa. Por que? Uns por puro relaxamento, são acomodados. Outros levam a vida numa boa, tranquilos, e só recorrem a Deus, na hora que o sapato aperta. Fazem da Igreja uma farmácia, na qual procuram o remédio, quando a desgraça os visita. Terceiros há que participaram da Missa, na última vez, no dia da Primeira Comunhão. E elevada porção não bebeu, com o leite materno, a Doutrina cristã. São religiosamente analfabetos, vegetam na sociedade, sendo até aparentemente cidadãos corretos. Outros querem justificar sua conduta, pois ‘descobriram’ que o padre tem amante!
Muita gente não faz parte da Igreja, do Povo de Deus, do Corpo Místico de Cristo. Seriam como que as unhas dos pés! Podem ser comparados àqueles torcedores do Inter e do Grêmio, que são colorados ou gremistas, mas não conhecem nem o Beira-Rio, nem a Arena, e nem sabem se o seu time joga no final da semana. Simplesmente ignoram o Clube. Se lhes perguntarem o que é a Igreja, apontam para a catedral!
São três os pilares que sustentam a Fé Católica: a Bíblia, a Tradição e o Magistério. Um não sobrevive sem os outros dois. A Bíblia sozinha não contém a total revelação. Ela, por exemplo, não fala do purgatório, da autoridade papal, da Assunção da Virgem Maria. A própria interpretação, sem o auxílio da Igreja, pode levar a errôneas conclusões. “A Revelação se deu pelos Profetas, através de suas obras, e na pessoa de Jesus Cristo” (Hb 1,1). Ele deixou aos Apóstolos o encargo do Kérigma, do anúncio. Cristo mesmo jamais escreveu uma linha sequer. E a transmissão, há dois mil anos, somente pela Igreja, se denominou Tradição Apostólica. É pelos Apóstolos e sucessores que começa a pregação, via oral, pois nem existia o Novo Testamento.
O Magistério da Igreja é composto pelo Papa, pelos Bispos e pelo Clero. O termo vem da palavra latina MAGISTER, que significa professor, pois possuem a incumbência de ensinar. São Pedro foi categórico: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal” (2Ped 1,20). Os sucessores dos Apóstolos zelam pelo depósito da Fé. Com o passar dos séculos, a doutrina permanece incorruptível. Paulo foi taxativo: “O que de mim ouvistes, em presença de testemunhas, confiai-o a homens fiéis, que por sua vez, sejam capazes de instruir a outros” (2Tim 2,2).
O homem não é perfeito, mas se procuras a saúde, consultarás os médicos. Se buscas conhecimento, ouvirás os professores. E se entrares na área agrícola, pedirás auxílio ao agricultor e não ao pedreiro. Porém, se tens dúvidas religiosas, baterás às portas dos Pastores a quem Deus incumbiu de pregar e ensinar. Os Apóstolos e seus sucessores são o canal direto da Revelação Divina. Agora, se optares por outros caminhos, é tua a opção... e as consequências também! Existe uma tese inviolável: “Fora da Igreja não há salvação”. E São Cipriano dogmatizou: “NÃO PODE TER DEUS POR PAI, QUEM NÃO TIVER A IGREJA POR MÃE”.