Deus em sua infinita sabedoria deu a cada um a vocação humana, o chamado a vida, a vocação cristã, a graça de ser pessoa batizada e também a vocação específica que é a que encontramos no decorrer de nossa vida, uma resposta livre e gratuita de cada pessoa ao chamado que Deus lhe faz. Independente da vocação específica que escolhermos todos somos chamados a santidade e, por sermos criados a imagem e semelhança de Deus, ganhamos de sua infinita bondade a vida eterna que cabe a cada um impor os meios para lá chegar.

            Nossa passagem cá na terra se assemelha a uma viagem de trem: Entramos no vagão para irmos a determinado lugar. O trem anda pelos trilhos, às vezes desencarrilhando por vezes indo corretamente, mas sempre chega ao local. Chegando, desembarcamos do vagão e damos ação aos planos determinados. Mas o que isso tem a ver com a nossa vida? Bom, quando nascemos “entramos no vagão da vida”, esse vagão que já tem um fim determinado; passam-se anos e continuamos andando nesse vagão. Certas vezes o trem da vida “cai fora dos trilhos”, isto representa quando pecamos. Nosso pecado descarrilha o caminho ao céu, faz-nos precisar de uma manutenção e essa, basta querermos, nos vem com o sacramento da reconciliação. Mas o importante é que o trem sempre chega no seu caminho, ele não fica parado nos trilhos e é chegando no destino que a nossa viajem acaba.

Contudo ao desembarcarmos do trem haverá duas placas que assim dizem: “a você justo, que viveste o caminho da santidade pegue o rumo da direita; já a outra, da esquerda, assim visualiza-se: “homem mau, não seguiste o reto caminho, vá para o lugar onde ouve-se o ranger de dentes”. Mas o que isto tem a nos dizer? É muito simples, basta pensarmos QUAL O RUMO QUE SEGUIREI QUANDO O TREM PARAR? Porém, não te estremeças com escrúpulos indevidos, O justo Juiz não condena a ninguém injustamente, Ele apenas nos julga mediante a forma que agimos no decorrer dos trilhos, e além do mais, seu coração é misericordioso. Então, não há o que temer se ao chegarmos no final da estação nosso trem não estiver descarrilhado.

            Em suma, cabe-nos perguntarmos onde iriamos se não tivermos nosso Senhor a nossos olhos; “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna" (Jo, 6: 68). Essa foi a atitude dos apóstolos ao serem questionados por Jesus se eles o queriam seguir, e Ele também nos pergunta se queremos realmente o seguir, pois, isto implica Cruz. Seguir Jesus é aceitar a cruz. Mas é reconfortante saber que ao descermos desse vagão, deixaremos nossa cruz cair e carregaremos em nossos ombros a alegria de termos servido e podermos agora contemplá-lo face a face, com todo o coro angélico bradando glória.