Durante toda a História da Igreja se buscava celebrar o dia em que os Santos haviam entregado suas vidas pelo Senhor, com o ficou conhecido como Martirológio, ou lista dos Mártires. Esses dias de comemoração litúrgica levaram a que as pessoas também homenageassem os Santos com os nascimentos dos filhos. Algo parecido, como forma de consagração, também se podia ver nas comunidades monacais, em que se mudava e acrescentava os nomes de santos junto com os votos.
Em muitos lugares, a festa do nome, ou onomástico, era tão ou mais importante que o próprio aniversário da pessoa. Me lembro do avô de uma amiga que celebrava o dia de São Bernardo com bolo e velas, mas eu nunca soube quando era o seu aniversário natalício. Algo que pode parecer estranho para muitos de nós, mas que demonstra a fé e a piedade popular na vida. Ao celebrarmos nosso onomástico, celebramos o “nosso santo”, o santo que temos especial devoção, revelando assim nossa fé na comunhão dos Santos, na certeza de que eles intercedem por nós lá no Céu.
No dia 19 de março, lembramos o dia de São José, esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria, e junto a ele a todos os “Josés” que conhecemos. Como Família de Schoenstatt, celebramos também o onomástico de nosso Fundador, o Padre José Kentenich. Batizado com o nome de Pedro José Kentenich (Peter Josef Kentenich), já desde sua infância dentro de sua família foi chamado por seu segundo nome. O nome composto foi uma homenagem ao seu padrinho, o cunhado de sua mãe, Pedro José Peters, e também ao único irmão vivo dela que vivia em outra cidade. O pequeno Pedro José nasceu no dia 16 de novembro de 1885, no povoado de Gymnich, na Alemanha, sendo registrado apenas dois dias depois, pois toda a cidade se encontrava em suas festas patronais pelo dia de São Kuniberto, celebrado no dia 12. A festa se estendia por vários dias, coincidindo com o nascimento do filho de Katarina Kentenich.
Ainda que a data de seu nascimento não coincida com a Solenidade de São José que celebramos em março (ou com a Memória de São José Operário que foi adicionada no calendário litúrgico somente em 1955), o Padre José Kentenich sempre celebrou o santo e buscou nele uma inspiração. Muitas vezes, em homilias e palestras, volta ao chamado do Anjo a São José “levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai...” (cf Mt 2,13.20) e o aplica à vida do Movimento de Schoenstatt que se expandia. Mas, ao olharmos a vida do Padre Kentenich, já desde sua infância, podemos reconhecer que ele mesmo buscou viver esse chamado.
“Levanta, toma o menino e sua mãe e vai!” José Kentenich poderia ficar recostado em tristezas e dificuldades, adormecido em negações e prisões, com dúvidas diante das provas que surgiram em sua vida. Mas ele sempre tomou em suas mãos, e no seu coração, ao menino Jesus e sua Mãe Maria, como o fez São José. Mais que festejar ao “seu santo”, o Padre Kentenich o tomou como modelo, como exemplo de entrega e companhia a Maria e José.
Que São José, seja um modelo de vida também para cada um de nós, como o foi para o pe. Kentenich. Que nossos santos de devoção, sejam exemplos de vida entregues a Cristo. Que São José interceda por cada um de nós.