- Amor ao Próximo, Caminho da Vida
O 15º Domingo do Tempo Comum, no Ano Litúrgico C, nos convida a refletir sobre o mandamento central do amor — especialmente o amor ao próximo. A liturgia deste domingo gira em torno de uma pergunta fundamental que ecoa em nossos corações: “Quem é o meu próximo?” Essa questão, trazida ao Senhor Jesus por um doutor da Lei, é também a nossa interrogação existencial diante dos desafios do convívio humano e das exigências do Evangelho.
Na verdade, não se trata apenas de identificar quem merece nosso amor, mas de aprender a amar a todos como Deus ama: com misericórdia, compaixão e generosidade. O centro da mensagem deste domingo é, portanto, a urgência de vivermos um amor concreto, ultrapassando barreiras culturais, sociais e religiosas. O samaritano do Evangelho é o modelo de quem pratica esse amor sem limites nem preconceitos.
- Leitura: Deuteronômio 30, 10-14
Moisés dirige-se ao povo de Israel no limiar da entrada na Terra Prometida. Ele recorda que a Palavra de Deus não está distante ou inacessível; está próxima, nos lábios e no coração do povo. Isso significa que a vontade de Deus não é algo misterioso ou reservado aos sábios, mas algo que pode ser vivido por todos, basta acolhê-la com fé e obediência.
A leitura prepara-nos para escutar o Evangelho: a Palavra de Deus é acessível e possível de ser praticada. Não precisamos buscar milagres ou revelações extraordinárias para saber como viver. O caminho da vida está em amar a Deus e ao próximo, segundo a sua Palavra.
- Leitura: Colossenses 1, 15-20
São Paulo apresenta Cristo como o primogênito de toda a criação e o cabeça da Igreja. Nele habita toda a plenitude da divindade e por meio dele foi feita a reconciliação entre Deus e o mundo. Esta leitura eleva nossa visão para o mistério de Cristo: Ele é o mediador universal da salvação.
Essa reflexão teológica fortalece o fundamento do amor cristão: não amamos com base em sentimentos passageiros, mas na realidade redentora de Jesus Cristo, que reconciliou todas as coisas consigo mesmo. Se somos membros do Corpo de Cristo, somos chamados a estender essa reconciliação e esse amor ao mundo inteiro.
- Lucas 10, 25-37
Jesus responde à pergunta “Quem é o meu próximo?” contando a parábola do Bom Samaritano. Um homem ferido pelos ladrões é ignorado por um sacerdote e um levita, mas acolhido e cuidado por um samaritano — pessoa considerada impura e inimiga pelos judeus.
Jesus inverte a pergunta do doutor da Lei. Em vez de perguntar “quem é o meu próximo?”, Ele desafia: “Seja você o próximo de quem precisa!” O amor ao próximo não é uma obrigação legalista, mas um dom e uma atitude de misericórdia, capaz de transformar relações e curar feridas.
O samaritano torna-se modelo de discípulo: ele vê, tem compaixão, age, dá tempo e recursos. É um exemplo de como o amor verdadeiro não se contenta com palavras, mas exige gestos concretos.
- Indicações Práticas para a Vida nesta Semana:
Diante da Palavra de Deus proclamada neste domingo, somos convidados a colocar em prática o mandamento do amor ao próximo. Aqui estão três indicações concretas:
- Olhar com Misericórdia: Durante esta semana, procurar ver as pessoas com os olhos de Deus. Mesmo aquelas que são diferentes de nós, ou com quem temos dificuldades, tentar vê-las com compaixão e bondade. Peçamos ao Espírito Santo que aumente nossa capacidade de ver o bem no outro.
- Fazer Algo Concreto pelo Outro: Encontrar uma oportunidade para ajudar alguém em necessidade. Pode ser um vizinho idoso, um colega passando por dificuldades, ou até um desconhecido. O amor não espera recompensa nem reconhecimento; ama com simplicidade e generosidade.
- Revisitar Preconceitos: O Bom Samaritano nos mostra que o amor transcende fronteiras. Rezar pedindo a graça de superar preconceitos internos — contra certas pessoas ou grupos — e permitir que Cristo transforme nosso coração em terra fértil para o amor verdadeiro.
Que este domingo ilumine nossos passos e nos prepare para sermos instrumentos do amor de Deus no mundo. Que possamos, como o Bom Samaritano, ser próximos daqueles que sofrem e espalhar a misericórdia onde há indiferença. Amém