PARTICIPAR BEM DA LITURGIA (I)

09/11/2023 às 10:48h

 

Participar na liturgia, e educar para participar dela como deve ser, sem confusão, sem multiplicar intervenções, sem permitir que a secularização entre, mas essa participação real que a própria natureza da liturgia exige, é um objetivo constante da formação espiritual e da catequese.

Temos pela frente para intensificar, dentro do possível, a verdadeira participação na liturgia, o cultivo da liturgia, da sua solenidade e sacralidade na sua celebração, renovando a participação plena, consciente, ativa, interior, fecunda, desde que a fé se alimente e se exprima na liturgia. Nisso, cada um, de acordo com seu ministério e vocação, como padre, religioso, consagrado ou leigo, terá que ver o que pode fazer (ou, em alguns casos, deixar de fazer porque está fazendo mal) e melhorar.

A catequese nos seus vários graus e idades, especialmente a catequese de adultos ou a formação permanente, deve ter entre os seus objetivos a educação da participação litúrgica; pelo menos é o que aponta o Diretório Geral da Catequese:

"A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis cristãos sejam conduzidos àquela participação plena, consciente e ativa que a própria natureza da liturgia e a dignidade do seu sacerdócio baptismal exigem. Para isso, a catequese, além de promover o conhecimento do significado da liturgia e dos sacramentos, deve educar os discípulos de Jesus Cristo para a oração, a ação de graças, a penitência, a oração confiante, o senso de comunidade, a correta compreensão do significado dos símbolos, etc. pois tudo isto é necessário para a existência de uma verdadeira vida litúrgica" (DGC 85).

A Eucaristia celebrada merece uma ampla explicação e introdução na catequese de adultos, cursos, conferências, palestras, etc., com um método mistagógico, explicando passo a passo cada momento da celebração eucarística: como ela é realizada conforme as rubricas, que significado tem e as implicações espirituais.

Desta forma, procura-se que, conhecendo a liturgia da Eucaristia, se estimule uma participação plena, consciente, ativa, interior, fecunda (adjetivos que a definem segundo a Sacrosanctum Concilium).

João Paulo II já recordava a importância da formação dos sacerdotes e dos fiéis para aumentar a verdadeira participação na liturgia:

“A tarefa mais urgente é a da formação bíblica e litúrgica do povo de Deus: pastores e fiéis. A Constituição já o sublinhava: ‘Não se pode esperar que isto (a participação plena, consciente e ativa de todos os fiéis) aconteça se os próprios pastores das almas não estiverem primeiro plenamente imbuídos do espírito e do poder da Liturgia e se tornarem mestres dela’. Trata-se de um trabalho de longo prazo, que deve começar nos seminários e casas de formação e prosseguir ao longo da vida sacerdotal. Esta mesma formação, adaptada à sua condição, é também indispensável para os leigos” (Carta Vicesimus quintus annus, 15).

Fonte: Dom Antonio Carlos Rossi keller
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