TRÊS INQUIETANTES ARTIGOS DO PAI NOSSO
Óbvio que todo o Pai Nosso é completo, que o Cristo não iria ensinar algo que não fosse perfeito. Mas para nós mortais, certos ensinamentos nos atingem na veia.

26/02/2024 às 09:53h

1º SEJA FEITA A VOSSA VONTADE – Como a gente reza maquinalmente, como robôs, talvez nunca tenha chamado a atenção. Tudo o que não depende da nossa vontade, do nosso arbítrio, é a vontade de Deus. Ele está no comando. O brabo é a gente se conformar com o involuntário. E normalmente a gente se revolta, principalmente com os acontecimentos desagradáveis: Por acaso alguém tem poder sobre o granizo, as enchentes, os vendavais, a chuva ou o sol, o frio do inverno ou o calor do verão? Os Apóstolos constataram o domínio de Cristo sobre a natureza, exclamando: “Quem é este que até os ventos e o mar obedecem”? E quando acontecem as doenças? De repente aparece um câncer?! De repente surge um acidente?! A casa incendeia?! Perdi o emprego?! Morreu o pai, a mãe, o filho, o irmão, o amigo estremecido?! Nós somos capazes de aceitar a VONTADE DIVINA, escondida no corriqueiro fato da nossa vida?! Ora, a Religião nos ensina que jamais Deus permite um mal, se dele não extraísse um bem maior. Jamais colocará carga tão pesada que os nossos ombros não possam suportar. E nós recitamos todos os dias “seja feita a vossa vontade”...

 

2º O PÃO NOSSO NOS DAI HOJE – Ou Deus é nosso Pai, ou não pertencemos à sua família. E qual o pai nesta terra que não se angustia com a fome dos filhos? Afinal, para que é que ele sua, moureja, se estafa se não é para pôr o pão na mesa dos filhos? Então, eu DUVIDO (não está em nenhuma encíclica) que o cristão que reza cada dia o Pai Nosso, rogando o pão, venha a passar fome. E, modestamente, se eu não tiver razão, risquem a palavra Pai, da mais sublime oração!

 

3º PERDOAI AS NOSSAS DÍVIDAS – Como eu sou antiquado, usarei a tradução antiga, que rezava DÍVIDAS, assim como nós perdoamos aos nossos DEVEDORES. Por sinal, o latim falava DEBITA NOSTRA. O inglês OUR DEBTS (débitos). Atualmente, tem-se a impressão, para não tocar no termo dinheiro, resolveram substituir por OFENSAS. Penso que é muito mais fácil, as pessoas se acertarem por ofensas recebidas, do que por dívidas contraídas. Uma palavra não custa muito, mas colocar a mão no bolso é doído. E observemos que  a oração do Mestre ainda completava: “ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS DEVEDORES”.  Bota compromisso nisto...

 

Seria admissível um católico velhaco? Ninguém quer acusar quem sofre uma situação desfavorável que o impeça de pagar suas contas. Mas dentro de uma normalidade financeira, quantos se desviam do reto comportamento! Acabou o tempo do “fio do bigode”? Há gente que entende que pagar ao banco, ou àquela instituição rica, ou ao Governo, não é obrigação, “porque eles têm mais dinheiro que a gente”. “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma” (Rm 13,8), adverte o insuspeito São Paulo.  Será que o Cristianismo é a favor da derrocada econômica, das falências,  e que para subir na vida, tenha de ser pisando em cima do próximo? E garanto que este tipo de gente é também daquele que cabula o DÍZIMO... Enganam o próximo e enganam também a Igreja! Perdoai ASSIM COMO nós perdoamos. Existe uma frase terrível pendurada sobre a nossa cabeça: “Com o metro com que medirdes, SEREIS medidos”.

Fonte: Lirio Zanchet