Jesus nos exorta a abrir nossos corações e as portas das nossas comunidades para todas as pessoas.
O Banquete do Reino de Deus

Publicado em: terça, 10 de outubro de 2023 às 09:15h
Por: Dom Antonio Carlos Rossi Keller

O Banquete do Reino de Deus O banquete do Reino, uma metáfora que está muito presente em diversas passagens tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, é um lembrete constante de que a vida deve ser celebrada e apreciada. A 1a Leitura deste Domingo (Isaías 25,6-10), com as palavras do profeta Isaías, evoca a imagem de Deus preparando um banquete repleto de iguarias deliciosas, convidando-nos a imaginar a felicidade que o Senhor reserva para seus filhos. O sonho que sempre acompanhou a humanidade torna-se realidade na Casa de Deus, nosso Pai. Nesse cenário, tudo o que é associado à morte e à derrota - a falta de direção na vida, a ausência de ideais, o fracasso, a dor, a fome, a doença e o desprezo – tem a Promessa de Deus de que desaparecerá por completo. Com a vinda de Jesus Cristo, a Promessa de Deus se realiza, se completa. Estas situações que representam a morte são transformadas em alegria e felicidade através do banquete do Reino. Este convite se estende a todas as nações e povos, como Jesus nos ensina no Evangelho (Mateus 22,1-14), ao ilustrar o banquete nupcial que o Pai preparou em honra de seu Filho, o Esposo da nova humanidade. No entanto, essa celebração também nos leva a refletir sobre alguns elementos importantes. Os primeiros convidados, que simbolizam os líderes espirituais de Israel, já estão satisfeitos com a organização religiosa que construíram e que lhes proporciona segurança. Por isso, recusam o convite para o banquete. Isso nos ensina que aqueles que não reconhecem a necessidade de abandonar suas garantias materiais e espirituais, que não sentem fome e sede de uma realidade nova, não entrarão no Reino de Deus, pois estão satisfeitos com as trivialidades em que estão imersos. O banquete, então, é estendido a convidados encontrados ao longo do caminho, tanto os considerados "bons" quanto os "maus", representando a diversidade da Igreja, uma comunidade que se abre a todos, sem exclusões. É o Novo Povo de Deus, onde cada indivíduo tem a oportunidade de encontrar o Salvador. Esta Parábola de Jesus nos exorta a abrir nossos corações e as portas das nossas comunidades para todas as pessoas, incluindo aqueles que foram rejeitados pelos demais. No entanto, é crucial que cada convidado responda ao convite de maneira apropriada e esteja preparado para participar plenamente do banquete. Não é suficiente vir, aceitar o convite. Àquele que foi convidado, é exigido que esteja adequado à realidade do banquete. A questão da necessidade da veste nupcial é um lembrete da nossa responsabilidade pessoal. Não basta apenas sermos convidados; precisamos responder de forma digna ao convite, através de nossas ações e de nosso testemunho. São Paulo, como vemos na 2a Leitura (Filipenses 4,12-14.19-20), apesar de sua vida difícil e das perseguições que enfrentou, foi tocado pela generosidade da comunidade da cidade de Filipos, que o apoiou durante seu tempo na prisão. Ele enfatiza que a verdadeira felicidade não está na abundância ou na escassez de bens materiais, mas na orientação de nosso coração em relação à vida, com Jesus Cristo como nosso guia. É necessário também lembrar a importância de expressar nossa gratidão por meio de gestos concretos para com aqueles que abandonaram suas vidas pessoais para dedicar-se à pregação do Evangelho, muitas vezes sem receberem o reconhecimento e a amizade que merecem das comunidades a que servem. Rezar pelos pastores da Igreja, compreendê-los, obedecê-los no que diz respeito à fé, é uma forma de mostrar reconhecimento. Diante deste chamado urgente à conversão do coração, vamos aceitar a lógica do Reino e as vestes novas que representam os filhos do Reino de Deus. Assim, construiremos nossa verdadeira felicidade, baseada na filiação divina, que produz os efeitos da alegria, da comunhão, da amizade e da confiança em Deus e nos irmãos.
Fonte: Dom Antonio Carlos Rossi Keller