A VIDA DE SÃO PIO DE PIETRELCINA
Um farol para os dias atuais

03/10/2023 às 13:48h

Durante as grandes crises da Igreja, Deus suscita santos que servem como verdadeiros faróis em meio à escuridão. É isso que a vida do Padre Pio constitui para nós nestes tempos de tribulação.

A primeira necessidade aqui é a de uma atualização bibliográfica. A partir do pontificado de Bento XVI, ou seja, em 2006, foram liberados para pesquisa documentos da época do Papa Pio XI, em cujo pontificado Padre Pio sofreu sua primeira perseguição. Daí que vieram a lume informações sobre esse acontecimento e, com base nessas descobertas, surgiram novos livros. Agora, portanto, temos fontes probatórias daquilo que realmente aconteceu nesta saga do Santo de Pietrelcina e podemos, com isso, comprovar e aprofundar aquilo que, em outras oportunidades, já dissemos sobre ele.

No Céu, bem sabemos, há muitos santos anônimos. São pais e mães de família, trabalhadores e religiosos santos, que, tendo vivido na humildade, no silêncio, na penumbra, estão agora no Céu, gloriosos, intercedendo por nós. Existe uma multidão desses santos que viveram no escondimento. Mas há também aqueles que são como a luz dum candelabro e iluminam a casa inteira. Esse é o caso do Padre Pio, que foi escolhido por Deus para iluminar não só o seu tempo, mas também o nosso, que é marcado por uma grande crise.

A Igreja de nosso tempo está em crise, e não é preciso conhecer profundamente o assunto para concluir que sua causa seja, em última análise, clerical. Vivemos, em uma palavra, a crise dos sacerdotes. Presenciamos, hoje, a maior crise de identidade sacerdotal de toda a história da Igreja. Agora, mais do que nunca, Cristo pode olhar para nós e dizer, compassivo: “São como ovelhas sem pastor”.

Pois, prevendo que, devido às novas — e más — influências teológicas, a visão do sacerdócio seria distorcida, Deus nos enviou, para efeito pedagógico, um sacerdote luminoso, sacerdote que foi, mística e carismaticamente, tudo o que um padre verdadeiramente católico precisa ser.

Um homem de oração e sofrimento 

Mas quem foi o Santo Padre Pio de Pietrelcina?

Em termos hierárquicos, não foi nada. Nem pároco, nem Superior do convento, nem Provincial, nem Superior Geral dos capuchinhos, nem bispo, tampouco cardeal. Não foi absolutamente nada, a não ser um frade.  O Papa Paulo VI, que governava a Igreja quando da morte do Padre Pio, disse, em 20 de fevereiro de 1971, a guardiães da Ordem Capuchinha:

“Acontecerá para vós o milagre que aconteceu para o Padre Pio. Olhai para a forma com que os seus seguidores no mundo inteiro se reuniam ao seu redor. Mas, por quê? Por que ele era um filósofo? Por que ele era um sábio? Por que ele tinha meios à sua disposição? Não.”

Se não era pela sabedoria ou pelo poder, o que levava milhares de pessoas, de todo o mundo, aos pés de um frade em San Giovanni Rotondo? Eis a resposta do Papa:

“Porque ele dizia a Missa humildemente, confessava de manhã até de noite, era um representante impresso de Nosso Senhor, era um homem de oração e de sofrimento”.

 

Fonte: Diácono Arildo Crespan - Imagem stock.adobe.com
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