Nossa Senhora Medianeira foi coroada para sempre como “Rainha do Povo Gaúcho”. A celebração que marcou o ato foi realizada na quinta-feira, dia15, Solenidade da Assunção de Maria. O presidente da Santa Missa no Santuário Basílica Nossa Senhora Medianeira, arcebispo da Arquidiocese de Santa Maria e autor do pedido desta atribuição a Maria Medianeira, Dom Leomar Bruston, foi quem realizou a coroação.
O decreto do Departamento Vaticano para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos — endereçado à Arquidiocese de Santa Maria e a Dom Leomar — foi lido publicamente após a homilia. No texto, datado de 31 de maio, foi recordado o pedido do arcebispo, em 6 de maio, e a concessão do Papa Francisco para o uso do termo “Rainha do Povo Gaúcho” a Nossa Senhora Medianeira.
Na oração que precedeu a coroação, o arcebispo citou o fato da Virgem Maria ter sido escolhida para ser mãe do Redentor e destacou que ela é a verdadeira mãe dos viventes. “Foi exaltada sobre todos os coros dos anjos e reina agora gloriosa com o seu Filho, intercedendo por todos os homens e mulheres como advogada da graça e rainha da misericórdia”, frisou.
Na sequência, rogou: “Olhai benigno Senhor para estes vossos servos e servas que ornam com uma coroa visível a imagem de Cristo e sua mãe. Proclamam vosso Filho Rei do Universo e a Bem-Aventurada Virgem Maria como Rainha”.
Dom Leomar aspergiu água benta sob a coroa e, em procissão, ele e os demais arcebispos e bispos do Rio Grande do Sul se dirigiram até o ícone de Nossa Senhora Medianeira. A coroação foi realizada e, depois, a imagem foi incensada durante o cântico solene da oração do Magnificat.
Homilia
Em sua homilia, Dom Leomar enfatizou a grande quantidade de pessoas presentes no Santuário Basílica Nossa Senhora Medianeira. O prelado reforçou que os bispos, presbíteros, diáconos, consagrados e leigos se uniram naquela ocasião para reconhecer que a mãe de Jesus, medianeira de todas as graças, é a Rainha do povo gaúcho.
“Unidos, queremos rezar pelo estado. Perplexidade e preocupação são sentimentos impressos nos olhos que contemplaram o flagelo causado pelas chuvas de maio. Elas provocaram o maior desastre ecológico no RS. O coração se encheu de tristeza e os questionamentos ficaram sem respostas”, enfatizou.
O arcebispo lembrou então a Exortação Apostólica do Papa Francisco, a Laudete Deum, em que o Pontífice pede que os fiéis reconheçam que o impacto das mudanças climáticas prejudicará cada vez mais a vida de muitas pessoas e famílias. “Sentiremos seus efeitos em termos de saúde, emprego, acesso a recursos, habitação, migrações forçadas e em outros âmbitos”, complementou.
As águas, prosseguiu Dom Leomar, não conseguiram arrastar a vontade do povo gaúcho de se reerguer. Ele reafirmou que esse ímpeto de não desistir foi sustentado pela empatia e solidariedade de todo o Brasil, que se uniu numa verdadeira rede de amizade social.
A ação da Igreja no RS também foi citada pelo arcebispo de Santa Maria. “Abriu suas portas para acolher os desabrigados”, sublinhou. Dom Leomar destacou a proximidade de os padres e consagrados, além do compromisso dos leigos que fizeram as comunidades se assimilarem a hospitais de campanha.
“Queremos ornar esta coroa com o ouro do amor pelas pessoas, com as pedras preciosas da solidariedade, adornos da empatia, da amizade social e da compaixão que tanto marcaram estes tempos”, desejou.
Dom Leomar fez questão de agradecer especialmente o Papa Francisco por ter concedido a coroação pontifícia ao venerável quadro pintado em 1930 e que se consolidou como sinal da presença de Maria entre os gaúchos. “Maria é uma estrela, uma luz que faz reerguer o RS”, complementou.