Na Bíblia há uma passagem (Mc 13,2) em que os Discípulos, deslumbrados com a beleza da capital do seu País, Jerusalém, e com a imponência do Templo, exclamam: “Mestre, vede que pedras, que construções”. A resposta de Jesus foi surpreendente: “Dia virá, em que teus inimigos te sitiarão e te arrasarão e não deixarão pedra sobre pedra”. (Lc 19,41) E Jesus chorou. Sabia que a cidade seria destruída e muitos morreriam. E isto ocorreu mais de dez vezes. De uma feita, segundo o Historiador Flavio Josefo, a fome era tanta que uma mãe de vários filhos, para lhes matar a fome, matou um deles e o assou!!! E ainda hoje, a Pátria de Jesus é palco de guerra, de bombardeios e de invasões. O paciente Leitor conhece algum político que chorou diante das desgraças da sua cidade, do seu município ou do seu país?!
Os Evangelhos são fartos em narrar episódios mostrando Jesus como cumpridor fiel das leis, tanto religiosas, como políticas e sociais. E precisamos ressaltar que Roma dominava Israel, cobrando pesados impostos que eram direcionados à capital do império, e muitas vezes usados em áreas nada edificantes, como encher as piscinas com leite de camelo e caçar colibris para o jantar das beldades imperiais. E quando foi questionado se deveriam pagar o imposto a César, respondeu: “Dai a César, o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Em outra oportunidade, havendo dúvidas sobre o pagamento dos tributos dos seus Apóstolos, mandou pescar um peixe e retirar das guelras uma moeda para liquidar o ônus que os fiscais cobravam do povo.
Tendo sido publicado o edito do Imperador para que todos fossem à sua cidade natal fazer o recenseamento, lá se foi José e Maria, em adiantado estado de gravidez, para Belém, que distava 156 km de Nazaré, em penosa viagem de quatro dias, obedecendo à norma emanada. Outra intrigante passagem ocorre no momento da condenação, em que Pilatos argumenta que não encontrava em Jesus “crime algum”. Todavia, seus compatriotas instigaram o povo a vociferar “seja crucificado”.
Na vida pública de Jesus, durante seus últimos três anos, não se encontrou um deslize, uma falha, uma falha sequer de desobediência à Lei. Comparem agora, o comportamento de inúmeros cidadãos brasileiros, somente com o item CORRUPÇÃO. Por que tantos têm de ser desonestos? Segundo CP 16/7, os Governos estariam destinando auxílios financeiros às vítimas das Enchentes. Contudo, vejam o que está ocorrendo: Entre os candidatos a receber estas verbas, candidataram-se 1.262 falecidos, 150.638 que não moravam nas áreas alagadas e 152.780 que nem sequer endereço tinham. Parece que se existe uma possibilidade de fraude, lá estão cidadãos, ávidos para botar a mão no que não lhes pertence.
E a hipocrisia chega ao cúmulo, quando muitos destes, rezam diariamente o Pai Nosso, recitando aquela passagem de ontem: “Senhor, perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Ladrões, salteadores, salafrários que não têm o mínimo pudor. Como pode um País progredir com gente deste tipo? E com que cara irão se apresentar, no Dia do Juízo, perante o Árbitro de suas ações, implorando entrada no Paraíso eterno? Vale lembrar John Kennedy: “Não pergunte o que a Pátria pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela sua Pátria”.