A ÁGUA É MOLHADA E AS COISAS CAEM PARA BAIXO

05/09/2023 às 14:10h

Chegará o dia em que teremos de provar que a grama é verde, dizia Chesterton, autor inglês falecido em 1936. Parece que já estamos neste dia. Estamos ao ponto de precisar provar que um bebê no ventre materno, nos primeiros momentos ou semanas, é um ser humano. Com as limitações da comparação, é como se um grão de trigo, por ter germinado e ainda estar crescendo embaixo da terra já não fosse um pé de trigo. A cegueira em relação à verdade, inclusive no que diz respeito às mais básicas, é a causa da tão estúpida situação que nos encontramos. É como se tivéssemos que provar que as coisas caem para baixo ou que a água é molhada. Temos certa recusa em escrever sobre este tema, pois dá ares de uma forma de ceder ao inimigo, ao moral e gravemente errado. Como se pode discutir uma coisa destas, ao que é chamado com eufemismo de aborto, mais bem devendo ser chamado assassinato de crianças no ventre materno, quando morte diretamente provocada? Quem quereria matar crianças, por menores que fossem e onde quer que estivessem, em idade gestacional ou não, por alguma razão, mesmo que fosse razoavelmente “boa”? E como chegamos ao ponto de precisar discutir uma coisa destas?

É inegável que se trata de um novo ser humano, uma pessoa humana, desde a concepção. Não há ambiente ideológico que mude este fato. A partir do momento da concepção, em que se contam as primeiras semanas dentro do ventre materno, nos primeiros momentos ou nas primeiras semanas, há a partir daí um ser humano com toda a sua dignidade e grandeza, independentemente se a gestação ocorreu por fertilização InVitro, ou outra forma de manipulação da procriação, indigna para o nascimento de um novo ser humano. A dignidade do bebê é a mesma dignidade do pai e da mãe. Se gerada por estupro, continua tendo a mesma dignidade. Abortar de forma procurada ou deliberada é matar, é assassinato. É possível que alguns dos nossos leitores conheçam e convivam com alguma pessoa que assim foi gerada por meio de violência e tudo nos leva a crer que não concebem a possibilidade de que esta pessoa deva deixar de existir por causa da indigna, horrível e criminosa circunstância que serviu de causa do seu vir ao mundo.

 

Se o argumento utilizado em prol da descriminalização do aborto é a defesa das mulheres, é fundamental esclarecer que as mulheres que recorrem a essa prática não sairão incólumes das graves consequências que o aborto provoca física, moral, emocional e espiritualmente. Não bastassem as consequências do estupro ou de outra situação infame, como é o caso da falta de condições psicológicas, sócio-econômicas e etc, ainda mais dramática se tornará a vida desta mulher. Passará de abandonada para mais abandonada. Assim, o aborto prejudica a mulher, ignora os seus direitos, abusa da mesma e a degrada. O aborto não é seguro nem fácil como tentam a todo custo fazer parecer, e não passará a sê-lo por ser descriminalizado. As consequências deste mal vão muito além de responsabilizações criminais. Estamos falando de consequências que atingem a alma para sempre.

Assim como nós temos fotos de momentos importantes da nossa existência fora do ventre materno, apresentamos abaixo ilustrações do Manual de Embriologia Básica de Moore de como éramos quando pequeninos no ventre de nossas mães. Os números à esquerda indicam as semanas de vida e cada coluna um dia. Há indicações de como estão algumas partes do corpo, além do tamanho que, com 10 semanas é de 61milímetros, com 12 semanas, é de 87 milímetros, mais de 8cm. Vejamos a realidade.

 

Fonte: Cônego Elisandro Fiametti
Fotos